Eu tive medo.
Eu tive medo de um dia dizer "te amo" e nunca mais poder retornar a ser quem eu era.
Nesse medo louco chamado orgulho eu me escondi.
Por anos vivi a sorrir e sem deixar transparecer. Eu sofri.
Tive medo de abrir meu coração e descobrir que nele não haveria mais espaço para um outro alguém que não eu.
Queria sempre estar livre, sem peso. Mas pesado mesmo era minha solidão.
"Então, humano que sou, tive que desistir das minhas defesas".
E para aquele que então tinha disposto a adentrar naquilo que me era de mais precioso, se perdeu.
O caminha era tortuoso e por vezes enganava. Eu como guia tentava facilitar a jornada, indicava os meios, mas por vezes o viajante precisa descobrir sozinho.
Morreu. Disse-me que não entendia mais as mensagens, que nossa língua não era mais a mesma.
Correu, para o meu caos.
Abandonado, sem chão, me deixei dragar por inexplicável pesar.
Eu perdi uma parte de mim ao tentar.
Nunca fiz ato mais corajoso do que o de me entregar.
Dizer a verdade, compartilhar.
Um homem é pleno, sua vida ganha sentido, ao amar.
Eu me entreguei.
Tolo aquele que se engana dizendo não precisar de amor.
Infeliz aquela que brinca com o amor dos outros.
Eu, que tive medo, descobri que o amor liberta.
Após abrir-se uma vez não existem mais motivos para se trancar novamente.
A prisão não é estar junto, mas sim sozinho. A cela que te cerca é a da solidão.
De trás das barras não há amor, não há carinho, nem atenção.
Eu tive medo, mas isso foi antes.
Eu te amei.
Eu tive medo, e agora não o tenho.
Aprendi a amar.
Não tenha medo.
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