É
engraçado pensar que a busca da felicidade é algo constante na nossa vida. Mais
curioso ainda é pensar que se nesse exato momento pararmos de procurá-la já a
teríamos encontrado. Estaria aqui, do nosso lado. Num dia ensolarado, num café
com leite, no sorriso de uma criança, na água que bebemos. Fragmentos de
verdadeira felicidade se juntariam no mosaico da vida, e de uma maneira prática
seriamos de fato felizes.
Não sou
diferente de ninguém, eu só quero ser feliz. Nessa busca torta por uma
felicidade desconhecida machucamos quem não queríamos,
descobrimos outras facetas de nossas personalidades. Boas também são algumas
surpresas, como descobrir que o simples fato da pessoa amada te olhar faz bem
pro coração.
Procurando
ser feliz nos transformamos continuamente, para tentar atingir o ápice daquilo
que entendemos como felicidade. Aquele que nunca virá. Mudamos o cabelo, a
roupa, os amigos, os parentes, de casa, de profissão, de princípios.
Tendemos a externar, em "outrar", a felicidade. E por
"outrar" eu quero dizer tornar outro, fazer com que a felicidade
sempre esteja como alvo naquilo que ainda não temos. Ou seja, queremos muito
algo até que conseguimos, imediatamente a felicidade abandona este algo e
transfere-se para um outro, alguma coisa que ainda não nos era percebido. Desse
modo a insana jornada em busca da felicidade suprema nunca termina.
Alguns
descobrem isso a tempo e decidem contentar-se (contentemente, e sim isso é
possível) com aquilo que já adquiriram. Seja num matrimônio, numa
conquista material, num nível espiritual. Pessoas verdadeiramente felizes por
simplesmente estarem vivas mais um dia.
Regressão
também acontece, e podemos perceber que essa felicidade nada mais era além de
uma ilusão forçada por nós mesmos para não termos que nos desgastar atrás da
verdadeira felicidade.
Ser feliz
é possível. A felicidade não é sorrir o tempo todo, não é ter rios de dinheiro,
não está num corpo sarado. Estas coisas nada mais são do que reflexos da
felicidade. A verdadeira felicidade é poder parar. Parar de sofrer, parar de
querer, parar de ter que ser, parar de pensar, parar de chorar, parar de rir.
Ser feliz é não depender de nenhuma dessas coisas para saber compreender as
coisas que nos cercam. Abandonar o olhar unifocal e parcial
para abranger novos horizontes. Ser feliz é ser humano de fato, e não
esta máquina de produzir sonhos que nós nos tornamos. Ser feliz é ser, e não
querer ser.
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E aí o café estava bom?