Simbiose

domingo, 25 de março de 2012 3 comentários

Simbiose

Sinto sua vontade, transformo o seu ser.
Uma luta para não deixar-se dominar,
a força da razão se empenhando em neutralizar o meu poder.
Dor.
O sangue pulsa com violência, resposta do coração.
Seu corpo vibra, se contorce.
Suas mãos apertam minha carne querendo arrancá-la.
Ódio.
Meu olhar penetra sua alma, você já não pode resistir.
Feche-os, não olhe mais.
A mente falha, o desejo grita, e a boca saliva.
Prazer.
Pouco a pouco eu te domino. Logo eu sou você e você sou eu.
Meu sangue, minha carne, meu corpo.
A força de dois planetas que se colidem, origem da vida.
Nós.
Uma simbiose violenta que nos draga para o fim.
Consumimo-nos em chamas, mas das cinzas não voltamos.
O meu fim é em ti, como o sol no horizonte.
Deixamos.
Com último grito tudo se acaba.
Não existe mais nós, nem mais dois.
Somos nada, somos um.
Artificialmente um. Domínio simbiótico.

Universidade, um novo universo.

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(um café com leite e um pão na chapa)

Bom dia!

Entrar numa faculdade é o sonho de muitos, e por vezes este sonho é um tanto quanto específico, como por exemplo; entrar em alguma universidade federal. Uma vontade bastante inteligente, tendo em vista alguns aspectos, tal como a excelência de ensino, a didática inovadora, dentre tantos outros motivos.
Hoje falarei não sobre o estar lá dentro, fato que eu consegui, mas sim sobre o que acontece antes de entrar. O longo e árduo (não que tenha sido para mim) caminho até as portas de entrada para o universo acadêmico.
Existe uma grande inversão nos princípios da educação na atualidade; nós não estudamos mais para sermos críticos e racionais quanto pessoas, mas sim para sermos admitidos nos diversos campos de trabalho da sociedade e sermos aprovados nos testes impostos para nivelar o conhecimento. Dessa maneira, todo ser humano que ingressa na escola inicia uma longa jornada de limitação e condicionamento intelectual para que nos tornemo-nos aptos a ocupar lugar na sociedade capitalista. Não quero me estender nestas questão problemáticas uma vez que expor alguns pontos não trará nenhuma mudança real. A questão é; eu passei por tudo isso, do primeiro período até o terceiro ano do ensino médio. Com minhas quedas e tropeços.
Eu não estudei para o enem (o é compreendido como algo que avaliará se o aluno domina os conhecimentos do ensino médio), não precisei. Fiz o enem e a segunda etapa da universidade com os meus conhecimentos de ensino fundamental mesmo. Estou me gabando por isso? Não, não mesmo. Estou mostrando que esse sistema de avaliação é falho em si mesmo, esta tudo errado. Do inicio ao fim.
O foco dado nas decorebas, a edução se transformando em mercadoria, enfim, coisas que não deveriam acontecer no ambiente escolar, mas que pelo contrário vêm ganhando força dentro das escolas.
Entrar na faculdade é mais fácil do que parece, mas seria esse o método correto de ingressão? Será que eu que não estudei nada, que não tive uma boa base na educação deveria ser quem vai ocupar um lugar dentro de uma federal? E por outro lado, seria um estudante que veio de uma escola particular caríssima, que pagou os melhores cursinhos, que condicionou sua mente para as avaliações, que se limitou aos guias práticos de ensino, que deveria ocupar essas vagas?
Precisamos refletir. Neste primeiro texto sobre a minha ingressão na UFMG eu só quis contar um pouquinho de como se deu a minha entrada, e de como é ridículo os métodos avaliativos, que se baseiam em acumulo de métodos e conhecimentos, e não num pensamento crítico e lógico sobre a vida e suas "matérias".

Fausto Justo, o estagiário da Justiça: Conhecendo o Paraíso.

sexta-feira, 23 de março de 2012 0 comentários

Trabalhar com a Justiça não é nada fácil. Ela é muito temperamental, imprevisível, e ao contrário do que os humanos costumam dizer; ela não é nenhum pouco imparcial.

Oi, eu te amo.

sábado, 17 de março de 2012 3 comentários

Ao sair da faculdade Paulo decidiu comprar uma flor para sua namorada. Ele encontraria Andrea naquela noite. Ele estava muito feliz, era sempre assim quando ia de encontro a sua amada.  Estavam juntos há quase dois anos, se conheceram assim; ao acaso, coisa da vida. Um dia foi “oi”, num outro qualquer “eu te amo”.  Dizem que o amor é assim mesmo, avassalador. E com ele não foi diferente.

Oasis

sexta-feira, 2 de março de 2012 0 comentários
Eu estava cansado de caminhar, meus pés descarnados reclamavam da ausência de forças para continuar. Andando naquele deserto eu não conseguia mais me encontrar.
O mundo não era aquele mar de areia, tampouco o céu descoberto, sem abrigo.  Todos seguiam seu caminho por entre as dunas e encontravam o seu Oasis. Todos menos eu. Sozinho no mundo de pedra refinada, com a alma exposta ao sol eu vaguei. O calor alucinante, vertigem de emoção, eu já não distinguia o que falava o meu coração. Dizem que é o próprio homem que se condena a demência, quando a realidade não o satisfaz. Falam que somos nós, com o nosso descontentamento, que transformamos as mais férteis terras dos sentimentos no solo miserável de um deserto. O meu deserto.
Falar que a areia ou o calor são o motivo da minha desgraça seria mentira, já que sob as mesmas condições a vida se prolifera em abundância, entre cactos e lagartos, flores e insetos. Não, o que me condena ao caminhar incessível são as miragens que se formam para mim. Miragens com nomes, nomes de pessoas. Cada uma se mostrando mais belo Oasis que a outra. Porém, ao tentar aplacar a minha sede, percebo-me ingerindo areia. Areia que me enche de desgosto, que me faz pensar que todos os outros Oasis são também ilusões.
No deserto do amor eu não caminho, apenas vago. Vou vagando por entre as miragens, ação que com o tempo torna-se menos penosa. Mesmo sabendo que são miragens, elas se tornam mais reais, mais belas. Por vezes eu quase posso sentir o frescor da água, o sabor de uma fruta, o aroma de uma flor. Essas ilusões se tornam mais consistentes, talvez porque eu as faça assim. Talvez porque os longos anos no deserto me fizeram crer que na verdade nunca haverá de fato um Oasis. Algumas miragens me disseram ser verdadeiras fontes de água pura, e eu por momentos  de inocência acreditei. A ilusão entorpece-me os sentidos e eu me envolvo, perco-me nos delírios de um corpo quente sobre o meu. De quando em vez sinto-me sóbrio e descubro que este corpo nada mais é que a própria areia escaldante brincando sobre mim. E assimilando novamente a realidade eu me afasto rumo ao incerto.
Mesmo sem grandes mudanças de cenário, os desertos podem ser perigosos, como quando as benditas tempestades de areia vêm para fustigar a alma. São vultos, lembranças, arrependimentos. A nuvem asfixiante que se forma me faz repensar decisões, arrepender-me de não ter me entregado de corpo, alma, e sangue à última ilusão. Mas mesmo dolorosa, mesmo longa, a tempestade acaba após algum tempo. E com o céu claro sobre a minha cabeça eu consigo pensar novamente.
Não sei se de fato existe um Oasis onde eu poderei descansar os meus pés. Ainda não descobri se as pessoas que cruzaram o meu deserto já encontraram seus Oasis, ou se ainda estão perdidas atrás de miragens como eu. Estou longe de compreender se eu sou um Oasis andante, ou se sou apenas mera ilusão. Só sei que nesse deserto desolador de pensamentos conflitantes eu me encontro de pé. E com as forças que me restarem eu caminharei rumo ao que o deserto tenha me reservado. Eu vagarei até encontrar; Meu Oasis.


À sombra do amor.

quinta-feira, 1 de março de 2012 2 comentários
(um copo de água, porque essa história não me desce a garganta)

Olá amigos leitores,

hoje eu contarei para vocês um caso que ocorreu na minha vida. Não contarei muitos detalhes para não me expor, tampouco a pessoa que fez com que esse texto fosse produzido, o motivo dele. Espero que ele não fique desconexo devido a omissão de algumas coisas. A história é mais ou menos assim: