(Manda aí um sorvete de café)
Compartilhando experiências:
Olá amigos do Café do Muringa, eu por motivos ilógicos decidi me testar e testar aos outros. Decidi de uma forma simples porém impactante, mudar.
Mudança: todos julgam que quando você quer mudar é porque você não gosta de si, ou está insatisfeito com algo. Todos esperam que a mudança ocorra apenas quando uma situação não esta mais sobre controle ou se tornou insuportável. E eu digo :
NÃO É!
A mudança pode ocorrer simplesmente por um anseio de algo novo. Pelo simples fato de que nada impede que você mude. Você não tem que ser sempre a pessoa que os outros esperam que você seja. Você não precisa brincar de teatro o tempo todo em função de um grupo social. Veja sobre o quem eu estou falando:
você.
Você assim como qualquer outra pessoa (penso eu), é capaz de compreender que as opiniões alheias não devem reger quem é você, ou como deve-se viver.
Para aplicar esta simples mudança eu decidi mudar a cor do meu cabelo (para loiro). A decisão foi tomada sozinha porém consultada. Perguntei à algumas poucas pessoas suas opiniões e as mesmas foram de reprovação com exceção à uma. Mas na verdade eu já havia me decidido e antes que eu mudasse de idéia corri sem avisar à ninguém para ativar o "plano".
Logo após ter mudado a cor dos meus cabelos no caminho de volta para minha casa, as pessoas na rua não foram nenhum pouco discretas ao olharem e apontarem. Grupos de homens zombaram e chacotearam, outras pessoas faziam caretas. Foi bem divertido.
Em casa minha mãe foi a primeira a comentar. Riu e brincou mas acabou por concordar. Um amigo que estava lá no momento aprovou e elogiou.
Sem perder tempo fui até meus sites de relacionamentos e divulguei apenas uma mensagem de zueira e uma imagem: meu cabelo.
Perguntas, críticas, comentários invadiram minhas páginas.
E assim passaram-se alguns dias.
Curiosidade: A primeira reação à mudança é a curiosidade. Todos querem saber o motivo pelo qual você mudou. Sem exceção, desde dos pais aos professores, aos vizinhos e tudo mais.
Descobri que a mudança vem como uma onda. A sua mudança desperta algo dentro de cada pessoa, uma espécie de desafio, do tipo: nossa eu poderia mudar radicalmente também, só não quero. Ou até mesmo, ele é muito corajoso, eu teria vergonha. Etc.
Todos sentem que esta mudança que ocorreu com você pode afetá-las de alguma maneira e é aí que entra nosso inconsciente ou sei lá o que querendo reprogramar* você para não sair do padrão.
Repulsa: Após se sentirem afetados de alguma maneira as pessoas tentam de todas as formas te fazerem arrepender-se do que foi feito, tentam boicotá-lo para que isso não se repita. Se elas não possuem intimidade suficiente com você elas ficam igual a bobos olhando constantemente e abrindo e fechando a boca sem dizer nada, temendo falar algo ou dar sua opinião sabendo que a mesma não foi solicitada. Aqueles que te conhecem ou julgam conhecer fazem piadas, associações pejorativas, ridicularizam e dizem que não está certo e outras coisas.
Aí eu pergunto: Se é uma coisa que não vai mudar em
NADA na sua via, que não foi feita em você, por que de tanto rancor? Para que debochar e falar coisas maldosas?
A resposta é um tanto quanto simples (salvo exceções): Eles temem que em algum momento ou de alguma forma eles se sintam tentados a fazerem o mesmo. A repudia não é para que você não faça mais, mas sim para que eles se auto-desencorajam a fazê-lo. Vou tentar esclarecer; todas as coisas ruins que são ditas e feitas são uma forma de se preservarem daquilo, e isto se aplica a tudo. As pessoas que entram em comunidades no orkut contra o Restart, ou Funk, ou contra qualquer outra coisa, só querem se sentirem seguras de que aquilo não os contagie de alguma forma. Elas têm que fazer piadas, comunidades ofensivas e outras coisas más* somente para se assegurarem que jamais irão fazer as mesmas coisas.
São como sobreviventes de um Zombie Outbreak. Os humanos não querem nem chegar perto dos zumbis pois sabem que com uma mera convivência podem se tornar um. Fui claro?
Julgamento: Após terem ficado curiosos, feito todas as piadas possíveis e tudo mais, as pessoas realizam uma espécie de julgamento interno. Elas batem o martelo e dão o veredicto, que é se a sua mudança irá afeta-las* ou não, se dá para continuarem convivendo ou sei lá o que ou não. E este julgamento não é feito apenas para com as mudanças. São feitos o tempo todo, por mim e por vocês, quanto: a cor da pessoa, se é deficiente, se é homossexual, se é gordo, se é bonito, se tem dinheiro, onde estuda, qual profissão, e etc.
Resultado: Nós seres humanos somos na verdade haters, ou seja, odiamos tudo o tempo todo. Não estou dizendo que não existem mudanças bem aceitas nem que não existem pessoas que podem ser ditas mais imparciais, que não se deixam levar por aparências. O que quero levar para todos vocês que leram esta minha simples experiência é que devemos nos compreender melhor. Devemos entender o porque que uma atitude alheia a você o incomoda tão profundamente a ponto de terem que se afastar de algo. À reflexão.
Abraços do Muringa.